Cap. 1 – Andas numa Bela Vida
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Cap. 1 – Andas numa Bela Vida
- Inin !
Ouvia a voz da minha mãe a zunir-me aos ouvidos, não abri os olhos esperando que desistisse. Era Sábado, por graça e obra do Espírito Santo estava de folga e a bebedeira da noite passada tornava os meus lençóis extremamente convidativos.
- Catriona!
Por amor de Deus…
- Catriona Isabel!
Como eu continuava sem dar resposta ouvi-lhe os passos escada acima, o abrir da porta do meu quarto e som das malditas persianas a serem abertas de par em par. A luz forte do sol invadiu o meu quarto intensificando a enxaqueca que já me martelava os ouvidos, tapei a cabeça com os lençóis refugiando-me da luz do Sol como o Diabo foge da cruz.
- Mathair !
Tentei protestar quando Honora MacKenna, mais conhecida por senhora minha mãe, me arrancou os lençóis da cama deixando-me à mercê dos raio solares.
- Catriona Pedrosa!
Que fique bem claro que a minha mãe é uma mulher bastante insistente e teimosa, assim como eu. Portanto enrolei-me sobre mim mesma como um bichinho de contas, ignorando a ressaca e a minha mãe na esperança que ambas me deixassem dormir mais um pouco.
- Catriona Isabel MacKenna Pedrosa! Acorda se fazes favor!
- Oh mãe… Estou de folga…
- E o teu irmão vai falar connosco via Skype daqui a nada. E toma um banho que só cheiras a tabaco e álcool.
Tinha de vir… Kieran Alexandre, o filho-pródigo que retornara à terra mãe, ou seja, à Irlanda do Norte. Mais precisamente uma pequena vila costeira perto de Dunfaghy, onde trabalha como engenheiro civil e habita numa vivenda com quatro quartos com a mulher Áine e o meu adorável sobrinho Darren.
Continuei de olhos fechados na esperança vã que a minha mãe se resolvesse a deixar-me em paz, embora metade de mim já estivesse resignada.
- Acorda bicho!
Gritou enquanto me arrancava as mantas e lençóis sobre o meu corpo com os quais me tapara novamente, encolhi-me como um bichinho de conta tentando não perder o calor da cama.
E a minha mãe começou a abanar-me. À bruta. E acabei por cair da cama com estrondo.
- COSA-SE!
Gritei esfregando o meu rabo dorido, em casa os meus pais proibiam-nos de usar palavrões por isso eu e os meus irmãos arranjámos palavras que os substituíssem como “cosa-se “e “carvalho”.
- Vai tomar banho!
- Está bem, está bem.
Acabei por me levantar e espreguicei-me com um bocejo, procurei a caixa de Gurosan que guardava na mesinha de cabeceira, tirei uma pastilha e coloquei-a dentro do copo de água que colocava sempre sobre a mesma, onde a deixei a borbulhar.
- Toma banho e vai ter connosco lá abaixo.
- Yes Ma’am!
- Goza, goza.
Advertiu-me antes de sair do meu quarto em tom ameaçador, bebi a água com a pastilha de Gurosan diluída de uma assentada, em meia hora podia dizer adeus à ressaca. Abri o guarda-fatos de onde tirei um par de calças de ganga, uma t-shirt com um trevo de quatro folhas e roupa interior e dirigi-me à casa de banho.
Abri o chuveiro, regulei a temperatura – bastante quente quase a escaldar – e meti-me debaixo deste, fechei os olhos e deixei que o meu corpo relaxasse com o vapor da água quente que caia sobre mim. Ao passar a mão pelo meu pescoço coberto de sardas (culpa da minha mãe) senti um relevo de um chupão, não consegui evitar um sorriso ao lembrar-me dos lábios carnudos dela. Mas…
- MERDA!
Praguejei em voz alta dando um soco na parede, eu tinha um raio de um chupão! E estava bem lixada … Bem, a sorte é que estávamos no Inverno e o assunto resolvia-se com uma gola alta ou um cachecol. Nada que não se resolvesse.
- Catriona, a mãe mandou dizer para te despachares.
A voz da minha irmã soou da porta da casa de banho, despertando-me dos meus pensamentos.
- Vou já.
- Olha, não tens nada no pescoço? É que eu estou com uma comichão…
- Não me chateies Alice, eu já desço.
Maldita ligação entre gémeas! Desde pequenas que era assim, se uma de nós se magoasse a outra também sentia dor e mesmo separadas éramos acometidas por maus pressentimentos se algo de mau acontecesse a uma de nós. Mas Alice nunca falaria com Francisco.
Fechei a torneira e sai da banheira ainda a fumegar, peguei numa toalha de banho e sequei o meu corpo e o cabelo. Vesti-me rapidamente e desci as escadas, escorregando pelo corrimão.
- Estás a encerar o corrimão com o rabo, não?
A minha mãe devia estar mesmo mal disposta, ou então deve ser da menopausa. Malditas hormonas.
- A Catriona já se despachou, foi? Que milagre!
Não consegui evitar esboçar um sorriso ao ouvir a voz do meu irmão mais velho, vinda do iMac da família que se encontrava sobre a secretária da sala.
- Não se apressa a perfeição.
Respondi-lhe bem-disposta posicionando-me entre a minha irmã e a minha mãe, o meu rico irmão desatou-se à gargalhada e até a nossa mãe mostrou a réstia de um sorriso.
- Não sabia que a perfeição parecia um duende com a barba na cabeça.
- Vai-te lixar Kieran… O Darren?
- Pois, o meu filho anda pela casa a fugir da mãe de piloca ao léu porque se recusa a vestir as calças e as cuecas.
Desabafou levando a mão à testa, não consegui evitar soltar uma sonora gargalhada, contagiando a Alice e até a minha mãe.
- Então e o Lucas?
- O Lucas anda armado em rebelde, teve 7 negativas e foi apanhado a fumar erva atrás da escola. Está de castigo no quarto sem computador, telemóvel nem playstation até ordem contrária.
Respondeu a minha mãe de semblante carregado, aquele miúdo era o mais novo e o que mais dor de cabeça dava aos meus pais. Não que eu fosse muito melhor, porque não era, mas o Lucas tem apenas 15 anos e eu já sou maior e ganho para as minhas loucuras.
Um grito de Tarzan do pequeno Darren amenizou o ambiente e a conversa decorreu em tom mais animado, pouco tempo depois Áine juntou-se à conversa com o meu sobrinho de 5 anos ao colo (já com as calças vestidas).
Quando o meu irmão desligou a chamada via Skype, os efeitos da ressaca já iam longe e subi ao meu quarto para vestir um casaco.
- Onde vais?
Perguntou a minha mãe, quando me encaminhava para a porta de mala ao ombro e com as chaves já na mão, detive-me e virei-me para ela.
- Vou almoçar com o Francisco, a Jéssica e o Ricardo à Baixa.
- Voltas para jantar.
- Não.
- Andas numa bela vida tu.
- Por amor de Deus.
E antes que a minha mãe me desse o enésimo sermão sobre os bons costumes, sai de casa fechando a porta atrás de mim, encaminhei-me para o metro enquanto vasculhava a minha mala à procura do maço de tabaco e do isqueiro.
Pus um cigarro à boca e acendi-o, tragando profundamente. Não fumava em casa nem à frente dos meus pais, pois sabia que era dar-lhes mais um motivo para me chatearem a cabeça.
No chão à minha frente, a minha sombra tremelicava e ondulava, sorri de esguelha e atirei a ponta do cigarro ao chão, apagando-a com a ponta das botas e entrei na estação de metro, sabendo que um sorriso sinistro se abria na minha sombra.
Inin – Filha, em galês
Mathair – Mãe, em galês
Bem, eis a minha nova personagem, tive a ideia para a criar de uns sketches que andei a fazer a caneta. Espero que gostem da minha aventura na escrita da 1ª pessoa, estou um bocado destreinada por isso críticas construtivas são bem-vindas. ^^
Ouvia a voz da minha mãe a zunir-me aos ouvidos, não abri os olhos esperando que desistisse. Era Sábado, por graça e obra do Espírito Santo estava de folga e a bebedeira da noite passada tornava os meus lençóis extremamente convidativos.
- Catriona!
Por amor de Deus…
- Catriona Isabel!
Como eu continuava sem dar resposta ouvi-lhe os passos escada acima, o abrir da porta do meu quarto e som das malditas persianas a serem abertas de par em par. A luz forte do sol invadiu o meu quarto intensificando a enxaqueca que já me martelava os ouvidos, tapei a cabeça com os lençóis refugiando-me da luz do Sol como o Diabo foge da cruz.
- Mathair !
Tentei protestar quando Honora MacKenna, mais conhecida por senhora minha mãe, me arrancou os lençóis da cama deixando-me à mercê dos raio solares.
- Catriona Pedrosa!
Que fique bem claro que a minha mãe é uma mulher bastante insistente e teimosa, assim como eu. Portanto enrolei-me sobre mim mesma como um bichinho de contas, ignorando a ressaca e a minha mãe na esperança que ambas me deixassem dormir mais um pouco.
- Catriona Isabel MacKenna Pedrosa! Acorda se fazes favor!
- Oh mãe… Estou de folga…
- E o teu irmão vai falar connosco via Skype daqui a nada. E toma um banho que só cheiras a tabaco e álcool.
Tinha de vir… Kieran Alexandre, o filho-pródigo que retornara à terra mãe, ou seja, à Irlanda do Norte. Mais precisamente uma pequena vila costeira perto de Dunfaghy, onde trabalha como engenheiro civil e habita numa vivenda com quatro quartos com a mulher Áine e o meu adorável sobrinho Darren.
Continuei de olhos fechados na esperança vã que a minha mãe se resolvesse a deixar-me em paz, embora metade de mim já estivesse resignada.
- Acorda bicho!
Gritou enquanto me arrancava as mantas e lençóis sobre o meu corpo com os quais me tapara novamente, encolhi-me como um bichinho de conta tentando não perder o calor da cama.
E a minha mãe começou a abanar-me. À bruta. E acabei por cair da cama com estrondo.
- COSA-SE!
Gritei esfregando o meu rabo dorido, em casa os meus pais proibiam-nos de usar palavrões por isso eu e os meus irmãos arranjámos palavras que os substituíssem como “cosa-se “e “carvalho”.
- Vai tomar banho!
- Está bem, está bem.
Acabei por me levantar e espreguicei-me com um bocejo, procurei a caixa de Gurosan que guardava na mesinha de cabeceira, tirei uma pastilha e coloquei-a dentro do copo de água que colocava sempre sobre a mesma, onde a deixei a borbulhar.
- Toma banho e vai ter connosco lá abaixo.
- Yes Ma’am!
- Goza, goza.
Advertiu-me antes de sair do meu quarto em tom ameaçador, bebi a água com a pastilha de Gurosan diluída de uma assentada, em meia hora podia dizer adeus à ressaca. Abri o guarda-fatos de onde tirei um par de calças de ganga, uma t-shirt com um trevo de quatro folhas e roupa interior e dirigi-me à casa de banho.
Abri o chuveiro, regulei a temperatura – bastante quente quase a escaldar – e meti-me debaixo deste, fechei os olhos e deixei que o meu corpo relaxasse com o vapor da água quente que caia sobre mim. Ao passar a mão pelo meu pescoço coberto de sardas (culpa da minha mãe) senti um relevo de um chupão, não consegui evitar um sorriso ao lembrar-me dos lábios carnudos dela. Mas…
- MERDA!
Praguejei em voz alta dando um soco na parede, eu tinha um raio de um chupão! E estava bem lixada … Bem, a sorte é que estávamos no Inverno e o assunto resolvia-se com uma gola alta ou um cachecol. Nada que não se resolvesse.
- Catriona, a mãe mandou dizer para te despachares.
A voz da minha irmã soou da porta da casa de banho, despertando-me dos meus pensamentos.
- Vou já.
- Olha, não tens nada no pescoço? É que eu estou com uma comichão…
- Não me chateies Alice, eu já desço.
Maldita ligação entre gémeas! Desde pequenas que era assim, se uma de nós se magoasse a outra também sentia dor e mesmo separadas éramos acometidas por maus pressentimentos se algo de mau acontecesse a uma de nós. Mas Alice nunca falaria com Francisco.
Fechei a torneira e sai da banheira ainda a fumegar, peguei numa toalha de banho e sequei o meu corpo e o cabelo. Vesti-me rapidamente e desci as escadas, escorregando pelo corrimão.
- Estás a encerar o corrimão com o rabo, não?
A minha mãe devia estar mesmo mal disposta, ou então deve ser da menopausa. Malditas hormonas.
- A Catriona já se despachou, foi? Que milagre!
Não consegui evitar esboçar um sorriso ao ouvir a voz do meu irmão mais velho, vinda do iMac da família que se encontrava sobre a secretária da sala.
- Não se apressa a perfeição.
Respondi-lhe bem-disposta posicionando-me entre a minha irmã e a minha mãe, o meu rico irmão desatou-se à gargalhada e até a nossa mãe mostrou a réstia de um sorriso.
- Não sabia que a perfeição parecia um duende com a barba na cabeça.
- Vai-te lixar Kieran… O Darren?
- Pois, o meu filho anda pela casa a fugir da mãe de piloca ao léu porque se recusa a vestir as calças e as cuecas.
Desabafou levando a mão à testa, não consegui evitar soltar uma sonora gargalhada, contagiando a Alice e até a minha mãe.
- Então e o Lucas?
- O Lucas anda armado em rebelde, teve 7 negativas e foi apanhado a fumar erva atrás da escola. Está de castigo no quarto sem computador, telemóvel nem playstation até ordem contrária.
Respondeu a minha mãe de semblante carregado, aquele miúdo era o mais novo e o que mais dor de cabeça dava aos meus pais. Não que eu fosse muito melhor, porque não era, mas o Lucas tem apenas 15 anos e eu já sou maior e ganho para as minhas loucuras.
Um grito de Tarzan do pequeno Darren amenizou o ambiente e a conversa decorreu em tom mais animado, pouco tempo depois Áine juntou-se à conversa com o meu sobrinho de 5 anos ao colo (já com as calças vestidas).
Quando o meu irmão desligou a chamada via Skype, os efeitos da ressaca já iam longe e subi ao meu quarto para vestir um casaco.
- Onde vais?
Perguntou a minha mãe, quando me encaminhava para a porta de mala ao ombro e com as chaves já na mão, detive-me e virei-me para ela.
- Vou almoçar com o Francisco, a Jéssica e o Ricardo à Baixa.
- Voltas para jantar.
- Não.
- Andas numa bela vida tu.
- Por amor de Deus.
E antes que a minha mãe me desse o enésimo sermão sobre os bons costumes, sai de casa fechando a porta atrás de mim, encaminhei-me para o metro enquanto vasculhava a minha mala à procura do maço de tabaco e do isqueiro.
Pus um cigarro à boca e acendi-o, tragando profundamente. Não fumava em casa nem à frente dos meus pais, pois sabia que era dar-lhes mais um motivo para me chatearem a cabeça.
No chão à minha frente, a minha sombra tremelicava e ondulava, sorri de esguelha e atirei a ponta do cigarro ao chão, apagando-a com a ponta das botas e entrei na estação de metro, sabendo que um sorriso sinistro se abria na minha sombra.
Continua…
Inin – Filha, em galês
Mathair – Mãe, em galês
Bem, eis a minha nova personagem, tive a ideia para a criar de uns sketches que andei a fazer a caneta. Espero que gostem da minha aventura na escrita da 1ª pessoa, estou um bocado destreinada por isso críticas construtivas são bem-vindas. ^^
Re: Cap. 1 – Andas numa Bela Vida
- I CATRIONA! Tixa está awesome. O teu sobrinho é um puto muito wild ^-^ Continua porque estou louco para o próximo capítulo
Rich- Administrador
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Mensagens : 84
Idade : 25
Localização : DCUO
Ficha do personagem
Nome: Jason Von D'Estaign
Localização: Nova Iorque
Dinheiro: 2250 caps
Re: Cap. 1 – Andas numa Bela Vida
Ignorar a mãe de manha na esperança de nos deixar continuar a dormir... i know that feeling xD
Parece-me que a familia da Catriona é muito engraçada, principalmente aquela ligação com a gémea ahahah
E o poder dela... ui, quero ver o que vem dai! Continua partner, gostei! Ótimo primeiro capitulo, isto promete!
Parece-me que a familia da Catriona é muito engraçada, principalmente aquela ligação com a gémea ahahah
E o poder dela... ui, quero ver o que vem dai! Continua partner, gostei! Ótimo primeiro capitulo, isto promete!
Ritta- Cidadão
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Mensagens : 138
Idade : 28
Localização : Blank File
Ficha do personagem
Nome: Margaret Silverton
Localização: Miami Dade - EUA
Dinheiro: 1250 caps
Re: Cap. 1 – Andas numa Bela Vida
Apesar de preferir escrita na terceira pessoa, gostei do chap na primeira pessoa, não te safaste nada mal, pelo contrário ^^ Continua, até agora gostei da Catriona e principalmente da sombra com com vida
Kheyos- Cidadão
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Mensagens : 214
Ficha do personagem
Nome: Allen James White
Localização: Nova Iorque, Estados Unidos da América
Dinheiro: 0 Caps
Re: Cap. 1 – Andas numa Bela Vida
Rich: Ainda bem que gostaste. A Catriona é bem awesome. :3
Ritta: Eu já tentei tantas vezes e falhei. T_T
Ainda bem que gostaste partner. ^^
Kheyos Muito obrigado dude, eu cá sinto-me muito mais à vontade com a escrita na 3ª pessoa mas quis sair da minha zona de conforto.
Espero não vos desiludir. ^^
Ritta: Eu já tentei tantas vezes e falhei. T_T
Ainda bem que gostaste partner. ^^
Kheyos Muito obrigado dude, eu cá sinto-me muito mais à vontade com a escrita na 3ª pessoa mas quis sair da minha zona de conforto.
Espero não vos desiludir. ^^
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