Chapter 1 - Mudança

“Bom dia, Mary”; “Então, Shaw?”; “Hey, beleza!”; “Sempre linda, Shaw”, estes eram alguns cumprimentos que Shaw, Mary Shaw, recebia quando entrava pelo portão da escola, e para variar, sempre de rapazes.
Ela era muito popular entre os rapazes devido à sua cara inocente, a seu belo corpo, e também pelo seu jeito sedutor, que tinha um grande efeito perante os mesmos.
Eram 8:30h da manhã, entrou na escola, olhando para todos. Todos os rapazes ficavam fixados nela, como se o tempo parasse quando ela passava. Deixava no ar o seu perfume que ainda os fazia “derreter” mais, “amor, amor, cacharel”. As raparigas invejavam-na.
Estávamos no inicio do ano e não sabia bem o seu horário de cor, então dirigiu-se ao placar onde estes estavam afixados, procurou a sua turma e achou, era o 10ºA. Naquele preciso momento iria ter Filosofia, mas ela odiava essa disciplina. De modos que, decidiu faltar.
Dirigiu-se para fora da escola, decidindo ir tomar o pequeno-almoço a um café ali perto. Quando lá chegou, o café estava a abarrotar de pessoas, e havia muito barulho, então decidiu nem entrar.
Quando estava para sair dali, ouviu o seu nome a ecoar no ar.
- Mary! MARY! Shaw!
Ela virou-se e reparou que era um rapaz da turma dela. Aliás, o rapaz mais bonito, porque assim o era considerado por todas as raparigas da escola.
- Olá, Duarte – disse, sorrindo.
- Mary.. faltei também, preciso de falar contigo. – Disse, o rapaz constrangido.
- Diz lá – suplicou, Shaw impaciente.
- Não nos podemos ir sentar ali? – Disse Duarte, apontando para os baloiços vazios – era mais confortável, do que em pé.
-Vamos lá então – disse-lhe.
Duarte, era o rapaz que sempre tivera um fraco por ela, embora ele pensasse que ela não sabia. Sim, um fraco e não passava mesmo disso. Foram e sentaram-se nos baloiços.
- Sabes..eu.. – disse, sendo interrompido por Shaw.
Tinha um mau pressentimento de que algo de mal ia acontecer.
- Sim, sei que gostas de mim, ok? Agora vou embora, tenho mesmo de ir.
Ela teria sido insensível perante o rapaz loiro e nem se importava.
A correr dirigiu-se para uma estradinha que ia dar a casa dela, essa estrada era despovoada, húmida.. Metia medo a qualquer pessoa que lá passasse.
Quando lá chegou, foi a andar, devido ao cansaço da correria. Aquela estrada apertada dava-lhe arrepios. Aquela estrada era conhecida como o “beco da morte” porque a maior parte dos raptos, violações e mortes eram ali, ninguém se atrevia a passar ali, mas também haviam os corajosos que não temiam e que se fosse preciso matavam quando passavam pela aquela imunda estrada.
Continuou a andar, a olhar para todos os lados, só passava ali às vezes quando estava cansada ou não tinha paciência para ir de autocarro, até que ouviu um ruído, parecido a um pássaro furioso que estivesse prestes a “matar”.
Continuava a andar.. Os ruídos tornavam-se cada vez mais assustadores. De cima do prédio saltou uma pessoa que parecia possuída pelo diabo e assim mais dez vieram, agora aquela pequena rua, estava povoada por aquelas criaturas possuídas que faziam, constantemente, ruídos arrepiantes.
Mary estava agora cercada, indefesa, a sua respiração tornou-se ofegante, os músculos contraíram e a boca secou.
“Mas que merda é esta? Existem?” - pensava Shaw, quando olhava para aquelas criaturas.
- Podem ir, ela é minha! – Exclamou uma daquelas criaturas, a mais bonita.
As outras criaturas foram-se embora, e só permaneceu aquela. Aquela criatura mudava agora a sua cor de olhos verde, para vermelho. Os seus belos dentes caninos cresciam, a cada passo tudo se tornava assustador. Começou a aproximar-se da rapariga pálida dizendo-lhe:
- És tão pequenina. Tão.. deliciosa?!
Mary recuava, mas a criatura aproximava-se cada vez mais, tropeçou numa pedra e acabou por cair, ferindo-se na perna. A ferida sangrava, aquela pessoa possuída estava agora ao pé dela.
Cada vez se chegava mais e mais, Shaw encontrava-se possuída pelo medo, não conseguia reagir a nada, nem uma palavra conseguia soletrar.
A criatura pegou-lhe na cabeça, afastou-lhe os cabelos e cravou as suas presas no pálido pescoço de Shaw. A rapariga não reagia, enquanto sentia a dor daquela mordida, só arregalava os olhos devido a dor.
- És tão.. deliciosa.. – Disse o vampiro com a boca repleta de sangue.

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