Êxodo | V - A Protectora

Noruega, Allesund. Chuvia, não a potes, mas sim potes. Aqueles pedaços de granizo pareciam-se mais com potes do que, digamos, granizo. Enchiam as ruas de branco, ainda para mais em Alesund os telhados eram tipicamente inclinados, por culpa dos Invernos rigorosos que faziam descer à terra maciços mantos brancos. Não era o que acontecia naquela noite, mas dava bastante jeito.
Continuava a tortura para Elsvi Newgate, a mãe de Tobi, pelo menos o afecto era quem lhe sempre o havia dado. O granizo insistia em não parar, e a janela quase que rugia. Mesmo assim não era essa a razão que mantinha Elsvi acordada, uma mãe preocupada nunca conseguiria dormir naquelas condições. Tobi tinha recebido a mítica Nota de Morte.

O veículo roncava depois de sair de cada chiadeira a cada curva. Tobi, Zé e Ansik iam amordaçados e como se isso não bastasse, também encapuçados. As suas cabeças latejavam de toda a instabilidade que sofriam pelo caminho.
- Baixem-se caralho! - gritou um dos raptores.
A ordem havia sido dada depois de se ouvirem tiros a perfurarem a chapa lateral da carrinha, vinham de fora da carrinha. Alguém estava ali para os ajudar.
- É um Mustang ! - gritou Zé que reconhecera o ronco do segundo carro que se encontrava na estrada.
Quem seria? Em Portugal poucos eram os Mustangs, seria o KITT? Claro que não, que ideia mais estúpida. Um novo tiro fez ouvir na noite, desta vez vez acompanhado por um enorme estouro no pneu da carrinha, havia atingido em cheio o seu alvo. O motorista travou estabilizando a carrinha , mas, ainda assim o veículo rebolou duas vezes pelo asfalto numa qualquer estrada em Bragança. O condutor, não levava cinto e com as duas capotagens a sua garganta foi cortada por um vidro das portas. O outros dois bandidos que se encontravam nas traseiras estavam apenas um pouco zonzos, levantaram-se e ao acreditarem que os seus sequestrados tinham morrido, fugiram pelo mato a correr.
Enganavam-se, nenhum deles tinha morrido, estavam bem até. Alguns arranhões, desmaiados, excepto Tobi que ainda abriu os olhos, meio enevoados. Uns cabelos ruivos verificavam os pescoços dos seus dois amigos. Através da névoa viu a mulher, mas não percebeu quem era. Ela virou o rosto, ouviu o norueguês gemer de dor, não a reconheceu por causa dos olhos enevoados. Cheirou-lhe o perfume, reconheceu-o, mas não se lembrou a quem pertencia.
A mulher viu que os três estavam bem, começou a correr com a pistola a fumegar na noite gélida de Bragança e correu para o Mustang. Chiou infernalmente, e patinou no alcatrão provocando fumo. O Mustang desvanecia-se na noite enquanto Tobi também se desvanecia caindo no desmaio.

Acorda Tobi, acorda, acorda, acorda. Dizia irritantemente o seu despertador do telemóvel, um relógio com pernas e olhos e voz de criança que o acordava todas as manhãs. Deu-lhe um safanão e este embateu contra a cabeça de Ansik.
– Olha aí cabrão, dói-me a cabeça! - Grasnou o rapaz tibetano num sotaque brasileiro.
– Nem queiram saber, tive um sonho mesmo fodido. - Disse Tobi.
– Tobi... - Interveio Zé já a escovar os dentes. - Não foi um sonho meu, nós fomos mesmo raptados.
– An?? - Se tinha sido um sonho como é que Zé poderia sabe-lo. Pelos vistos tinha sido real. - Mas que mer... - Começava a lembrar-se de tudo, veio-lhe às narinas o cheiro da mulher que os tinha salvo, continuava a saber que o conhecia aquele odor, mas não quem o usava.
– Que cena meu, achas que vai voltar a acontecer? - Perguntou Zé.
– Epá, eu espero que não mesmo. - Voltou a abrasileirar o tibetano.
– Quem é que nos trouxe para casa ??? - Disse Tobi incrédulo, nesse momento conseguiu ouvir um pensamento de Ansik.
– ”Eu claro, quem é que corre o suficiente rápido para vos trazer de Bragança para o Porto em cinco minutos? Duh. “ – Desta vez, Tobi teve a certeza que Ansik era como ele, alguém com habilidades sobrenaturais. Mas Ansik disfarçou. - Estavamos em Bragança, eu acordei primeiro que vocês, e trouxe-vos no expresso da madrugada.
– Ah obrigado. - Agradeceram os dois.
– 'Bora lá para as aulas. - Disse o Tibetano.
Zé e Tobi, deram uma enorme gargalhada, algo jocosa.
– O quê? Aulas às 8 da manhã? Isso é algo para os de Física. - Disse Tobi recorrendo ao seu bom humor. - Os de Arquitectura entram às 11.
Os dois voltaram a rir-se, mas não por muito tempo. Ansik dava-lhes um carolo e saía pela porta a rir-se também.

Fiquei irritada quando li que era um sonho, mas depois passou, afinal não era LOL
Bem, bom filler!
Quero saber quem é a gaja o:
KEEP GOING

Vais saber mais à frente, muito obrigado

estas historias deixam-me sempre curioso e com vontade de mais.

bom trabalho, KG.

Depois de ler o filler e porque tens a mania de me spoilar por msn/facebook decidi não estar aqui a mandar bitaites sobre quem é a gaja mistério xD
Mas deixo aqui uma lembrança da minha opinião sobre este filler e a história até agora...

Gosh, quem foi a heroina que os salvou? o: (Acho que já sei quem é 444 ou se calhar não hmm). O tibetano também está a ficar uma personagem bastante engraçada e misteriosa.
Continua, pfv! :3

Obrigado a todos. Fizeram-me ter vontade de escrever outro *.*