Chapter 8 - Little Monster [2/2]

*Meia hora depois…*

- Tatia! – Ouvia o meu nome ser chamado mas era bem baixinho. Tinha os olhos fechados e estava mais para cá que para lá. – Tatia. – Ouvi agora a voz masculina a chamar-me novamente mas era muito mais perto.
Abri os olhos lentamente. Acho que adormeci na banheira. A água já estava quase fria e eu com a pele toda engelhada e pálida. Que nojo. E depois vi aqueles belos olhos azuis inocentes a olhar para mim que até me assustei.
- Miguel… - Falei baixinho olhando para ele. Até agora ainda não me tinha ocorrido que eu era uma vampira, depois a minha mente fez clique e eu apercebi-me. Pedi-lhe para me passar a toalha, enrolei-me nela e sai da banheira. – Estás sozinha em casa?
- Hã? Sozinha? – Perguntei. Onde estaria o Erik?
- Sim, só cá estão as empregadas. – Encolheu os ombros. – Como é que estás? Nunca mais foste à escola… - Mencionou sentando-se na minha cama e passando-me o soutien, o qual lhe arranquei das mãos com uma enorme força que até ele se admirou. Vesti a roupa interior e depois o vestido. Fechei logo as cortinas para não entrar sol e acendi a luz.
- Aconteceram umas coisas, nada de preocupante. – Nada mesmo, não é Tatia? Claro!
- Hum, ainda bem. – Sorriu. – Que é isto? – Vi-o apalpar a cama. Oh meu deus, os pacotes! Atirei-me para cima dele e sorri.
- Não podemos continuar juntos, Miguel. – Eu sou vampira e tu humano. É impossível.
- Oh, cala-te. Só estás a dizer disparates. – Puxou-me para ele. Comecei a beija-lo enquanto com uma mão empurrava os pacotes para de baixo da cama e a outra agarrava-lhe o rosto. Ele começou a corresponder. Então eu também fiquei motivada. Meti-me sobre ele, sentada e tirei-lhe a camisola fina castanha que trazia vestida. Beijei-lhe o peito enquanto olhava para ele sorrindo, avancei mais para perto do pescoço e cada vez mais me sentia a ser puxada para a sua garganta. Quando lhe comecei a beijar o pescoço, os meus dentes aumentaram e os meus olhos mudaram de cor, para um vermelho vivo, tive quase a certeza porque me senti diferente, mais poderosa. Quando lhe ia cravar os dentes no pescoço bronzeado para lhe beber o sangue delicioso alguém apareceu.
- Tatia! – Gritou e tirou-me de cima do Miguel. Voltei ao normal. Sentia-me irritada. Olhei para quem era.
- Erik?! Que fazes aqui? – Perguntou Miguel levantando-se e erguendo o sobrolho, algo zangado.
- Os meus pais são amigos dos da Tatia, estou cá de visita. – Sorriu disfarçando. Só me apetecia rir das caras dele.
- Podem sair os dois, se faz favor? – Fechei os olhos levantando-me e segurando-me a mobília.
- Vamos falar lá para fora. – Ordenou Miguel vestindo a camisola fina.
Ambos saíram e eu mandei-me para cima da cama, levando os meus braços debaixo da cama e pegando nos pacotes. Olhei para aquilo. Sangue. Sangue? Nunca na minha vida me tinha passado pela cabeça beber sangue. Nunca pensei que ia ser algo que me ajudasse a sobreviver e que fizesse parte da minha vida. Nunca pensei que fosse algo que eu fosse achar delicioso. Peguei no primeiro pacote. O sangue era escuro. Rasguei o pacote levando-o à boca como se fosse um sumo natural de laranja. Bebi tudo de rajada. De seguida bebi todos os outros. Odiava no que me tinha tornado. Um monstro, uma desilusão, mas não deixaria de ser a mesma cabra, se fosse essa a única coisa que me mantivesse normal, que me mantivesse eu mesma .