Tobi Newgate

O povo norueguês vivia preguiçoso e apático para a vida, isso não era mau as pessoas eram felizes assim e haviam muitos sorrisos pelas ruas. Mesmo assim o Governo Norueguês lançou uma nova lei, por causa da preguiça e apatia do povo foi decidido que alguém, diariamente e aleatoriamente, seria escolhido para ser morto com uma cápsula de veneno para assim trazer as pessoas "de volta à vida" e acordar os outros. Assim esperava-se que as pessoas vivessem a vida como se fosse o último e trabalhassem ao máximo. A pessoa escolhida seria notificada com uma Nota de Morte e depois disso tem apenas 24 horas de vida restantes.

A sua ida para Portugal estudar deveu-se ao facto de que era o único país suficientemente longe da Noruega que o mantinha a salvo daquele mito urbano, sobre uma lei que ceifava vidas. Mito ou não foi o suficiente para a criminalidade na Noruega descer, assim como a taxa de suicídio.

Um rapaz de cabelos louros aguardava-os. Não era o típico Tibetano moreno de cara suja e faminto que conheciam dos filmes, mas se assim o dizia acreditaram.
– Boas. - Apressou-se Zé a cumprimentar o rapaz que os esperava no portão. Parecia mais velho que ambos, e era de facto. - Sou o Zé e este é o meu amigo Tobi.
– Hey. - Disse Tobi.
– Vocês, que vão ser meus colegas de quarto? - Perguntou Ansik sem esperar resposta e num sotaque brasileiro. - Legal.
Já entrados no quarto espaçoso que os três possuíam como residência. Tobi olhou para o beliche, a cama de cima era a sua. A de Zé era uma capa individual que ficava mais ao fundo do quarto, perto da janela. Destinada a Ansik estava a cama de baixo, do beliche.

Algumas contas para pagar, alguns recados da seguradora e do banco, todo correio normal. Excepto uma carta, não era uma carta, era apenas um postal. De coro roxa, quase preta, a letras brancas podia-se ler “Melding om Dødsfall”, em português Nota de Morte. O destinatário? Nem Fredericia, nem Tim. O remetente? OMSC, Offensive Medisinsk State Committee, ou Comité Estadual de Medicina Ofensiva.

Cheirou-lhe o perfume, reconheceu-o, mas não se lembrou a quem pertencia.
A mulher viu que os três estavam bem, começou a correr com a pistola a fumegar na noite gélida de Bragança e correu para o Mustang. Chiou infernalmente, e patinou no alcatrão provocando fumo. O Mustang desvanecia-se na noite enquanto Tobi também se desvanecia caindo no desmaio.

Eram quase horas de entrar na aula com a Professora Lisa Salazar. Na noite anterior tinham sido raptados, mas isso não os demovia de voltarem à vida normal. Zé já tinha abandonado a residência, apenas Tobi permanecia resistente. Graças a isso chegou atrasado. Era mesmo isso que ele pretendia, chegar atrasado. Isto porque toda a turma ocupava os lugares de trás e assim ele podia-se sentar na primeira fila que ninguém o julgaria por querer que a professora reparasse nele.